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terça-feira, 1 de maio de 2012

Regresso.

Estava deitado na cama, a ouvir musicas de amor, a pensar no que ia vestir amanhã e, acima de tudo, pensava numa maneira de adormecer sem chorar mais uma vez à tua espera. Estava quase a fraquejar, já sentia os lábios a tremer, já sentia os olhos a lacrimejar, quando oiço a campainha. Levanto-me devagar, mas a campainha insiste em tocar, e apressa-me o passo. Estou a correr para a porta, pois está a chover lá fora, e não quero demorar. Perguntei quem era, e ninguém me respondeu, apenas ouvi alguém a tossir então abri a porta e espreitei. Estava sem óculos, não consegui ver quem estava lá ao fundo no portão, mas abri-o. Caminhava até mim alguém que não conseguia reconhecer, e eu continuei a gritar, a perguntar se precisava de ajuda, se estava tudo bem, essa pessoa corria até à porta de minha casa com uma manta por cima da cabeça e das costas, e a chuva estava intensa. Quando se aproximou, e descobriu a cara e as costas daquela manta, aconteceu a troca de olhares mais fortes que já alguma vez tinha acontecido entre nós. Eras tu!, tinhas voltado, os nossos olhos estavam fixos, imóveis, estáticos, o meu folgo estava fraco, o meu coração estava acelerado, e tu, tu estavas perfeito, de volta. Puxei-te para dentro, pois por 1 minuto ficamos petrificados olhando um para o outro, e nem demos conta que ambos estávamos à chuva. Beijei os teus lábios doces de saudade, e senti as tuas mãos em forma de regresso, ouvi a tua respiração que me dizia que eras meu. Sentados no sofá explicaste-me o porquê de teres estado ausente durante tantos dias, o porquê de me teres feito chorar tantas lágrimas de saudade. Disseste que precisavas de estar com outra pessoa para perceberes se a razão pela qual a nossa relação estava tremida era falta de amor da tua parte, eu deixei cair uma lágrima com essa frase, magoou-me ter a confirmação da tua traição, mas depois disseste-me que não resultou, não era falta amor, era falta confiança em ti mesmo, precisavas de perceber se conseguias viver sem mim, e não conseguiste. Ainda me lembro do que me disseste: «Não me imagino ao lado de mais ninguém, a não ser de ti.» Eu perdoo-te, pois o amor que sinto por ti é forte, muito forte, tão forte quando uma onda, mas ao mesmo tempo tão frágil como cristal. Deitámo-nos, despedimo-nos, e adormeceste. Olhava para ti de sorriso rasgado e agracia às estrelas o teu regresso, enquanto lhes pedia que me ensinassem a perder todas as inseguranças, para te poder dar o que mereces, e jurei, que por mais merda que acontecesse, eu te queria ao meu lado para sempre, fosse aqui ou na lua, porque estes dias sem ti foram mais do que suficientes para perceber que a estar sem ti, é estar sem nada. Amo-te, e por favor, nunca mais vás. ♥