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quarta-feira, 18 de julho de 2012

myself


Quando olho o espelho e vejo um monte de desilusões rondado o meu corpo imóvel, quando inspiro toda a revolta que paira no ar, quando vejo uma imagem triste e incompleta a desaparecer no infinito é quando tenho a certeza que uma parte daquilo que sou não está comigo. Entre as lágrimas de caiem no meu chão frio, e os gritos de desespero que solto estás tu escondido, invisível, inalcansavel. Sinto-me tão fraco, como se estivesse preso por um monte de cordas nos braços e nas pernas, como se fosse um animal preso pelos membros, sem forças, sem quereres, sem escolha. Por mais que tente fazer com que o que falta de mim volte não consigo, pois tudo voou com o vento, como areia, tudo desapareceu no ar, como fumo. Nada mais resta, nada mais importa para além daquilo que ainda tenho. Tenho pouco, mas suficiente para me erguer, não vivo, é certo, mas sobrevivo. Apesar de todo o mal que já me fizeram, há alguém que me veio salvar, e que conseguiu levantar-me do poço mais baixo, me conseguiram fazer sorrir nas alturas mais negras, e me deu o sentido da palavra vida. Não é a mesma coisa, mas quem sabe se não é melhor. Quando algum de nós cair, o outro vai levantar, e ter a certeza que alguém me vai dar a mão em forma de apoio, é ter a certeza da segurança, aquela que me faltava, para isso só preciso do espelho, sim, pois só eu próprio me posso levantar e apoiar, todos os outros vão e vêm quando lhes convém, enquanto eu estou deitado, e eles se erguem à custa de quem cai. Eu prefiro estar sozinho que mal acompanhado.